terça-feira, 30 de setembro de 2014

Odeio Acordar Cedo ( 0 membros)

Chegou o dia, mas sem alegria. A tristeza toma conta de alguns. 10 anos depois algo que se pensava nunca acabar evaporou nas nuvens, o Orkut agora é só um museu online.

Minha iniciação na rede deu-se em 2007, salvo engano. Não tinha nenhuma foto minha, era outros tempos, sem câmera digital e muito menos celulares para uma foto de perfil, assim escolhi Homer Simpsons como meu primeiro avatar. Vai entender.

Desde então a rede fez parte da minha vida, de diversas maneiras. Adorava as comunidades e suas discussões, até que sofri bullying por não conhecer bem os trolls da internet. Faz parte. Já experiente confrontei a mudança em um nome de uma comunidade, mudando todo o sentido daquela. O dono da mesma não gostou e me ameaçou na minha página de scraps. Mas como poderia responder (seriamente) a um cara que usava gorro de natal desenhado no paint e que avisava que não estava online, deixando (pasmem) até seu número de celular. Fala sério.

Na última vez que falei do Orkut, foi num post no Facebook. Dizia que lá era um país sofrendo com o apocalipse e que era preciso procurar bem pra achar os suprimentos interessantes que a rede oferecia e isso fugindo de zumbis, vampiros e, claro, os trolls.

Lá aprendi a jogar Footbal Maneger de verdade e outros jogos. Lá discuti política, religião e futebol e video-game, música  e desenho.

Nos últimos anos andava por lá de vez em quando, a procura de uma dúvida que nem o google me respondia ou somente para relembrar os velhos tempos das boas risadas de madrugada, tempos de esperar a meia noite para entrar na rede social.

Poderia escrever muito mais de uma rede social que eu conheço pacas, fez parte da minha vida e tão cedo nos deixa. Aquele azul-lilás vai fazer falta.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Um autógrafo, um papo e uma foto

Passava da meia-noite e o senhor de 77 anos já estava a mais de 3 horas dando autógrafos na entrada do Teatro. Isso tudo depois de uma hora e meia de conversa com o público. Quando encontrei aquele senhor, não pude resistir a uma boa conversa particular.

- Boa noite, Seu Veríssimo!
- Boa noite!
- O autógrafo no livro não é pra mim, é pra uma amiga. Nome dela é Marianna. Com dois Ns.
- Humm, dois Ns.
- Na verdade eu só vim aqui pra conversar com o senhor. Sou um grande fã.
- Que bom, fico agradecido.
- Até criei um pseudônimo pra mim, quando tinha uns 15 anos, com nome de Fernado.
- Fernado? Agora sem N?
- Isso, era pra ser Fernando, como o senhor, mas na hora de montar o blog digitei errado. Mas gostei do resultado e deixei. É diferente.
- E você ainda escreve nesse blog?
- Não muito. Parei, mas pretendo voltar.
- Qual o nome do blog?
- Fernado Jose, o Chato de Cartola. Jose sem acento também. Se é pra "errar" que erre tudo de uma vez.
- É verdade. Agora e esse chato aí? É inspiração em mim também?
- Não senhor, é mais em outro escritor. No Machado de Assis. Uma vez li uma crônica dele sobre as pessoas chatas, daí coloquei o nome de Jose, a princípio, em homenagem a ele. Mas só depois fui ver que ele se chamava Joaquim na verdade.
- Se você olhar bem, Fernado Joaquim, não iria ficar bom.
- É verdade. Obrigado pelo autógrafo.
(Pausa pra foto)
- Boa sorte na sua carreira de escritor, mas você não me disse seu nome.
- É Danilo.
- Boa sorte Danilo!
- Obrigado Seu Veríssimo!

E assim fui embora pra casa com a foto no celular e a conversa silenciosa que eu tive na minha cabeça, enquanto o senhor assinava o livro.

(aproveito o espaço para deixar os Parabéns ao Veríssimo que faz aniversário, sexta 26)

terça-feira, 16 de setembro de 2014

A Agenda de Telê

Fui gravar um show em Ubá. O ponto de encontro era na esquina da Avenida Rui Barbosa com a Rua Luiz Rocha, ou nos bares Adega da Mina e Bar Dias. Minha carona de casa até o local de encontro me deixou em frente a Adega. Eram 16h15, a carona chegava às 17h. Para não esperar atoa, resolvi tomar aquela cerveja. Quando já ia entrar na Adega, algo que não sei explicar me chamou para ir ao Bar Dias, onde fui pedir minha cerveja.

Chegando no balcão, que estava cheio, fui pedir minha cerveja e sem querer esbarrei em um senhor. Pedi desculpas, peguei minha cerveja e fui sentar em uma mesa do lado de fora do bar. Enquanto esperava, sozinho, mexia em meu celular, de bobeira, fazendo nada demais, quando o senhor que eu havia esbarrado já chegou falando "você é inteligente e com certeza é tricolor!". A minha resposta já estava na língua "inteligente sim, mas errou no tricolor". O senhor então me pediu um favor, se eu não podia passar para o seu celular a agenda de seu celular novo, pois o velho havia sido roubado. Pensei por instante e falei "por que não?". O senhor, agora já se apresentado como Telê, tirou um papel e o celular de sua pochete, me passou todo agradecido e voltou ao balcão.

Depois de alguns números passados Telê voltou e se sentou na minha mesa. E aí começou a contar suas histórias. Telê contou que era radialista esportivo no Rio para uma rádio do Ceará. Contou que nessa época morou com Fagner e Belchior, seus dois grandes amigos que ainda o ligam de vez em quando. Contou que essa história de Belchior sumido era tudo mentira e que ele sempre soube que ele estava em sua casa. Contou que cobriu duas copas in loco, 78 e 82, e que na primeira conheceu Maradona, ou Dieguito como ele o chamava. Os dois sempre saiam e falava que Dieguito era uma pessoa maravilhosa, o problema eram os empresários, por isso os problemas com drogas. E pra provar que não era mentira, tirou uma foto, já amassada de tanto passar por mãos, dele, muito mais novo, entrevistando, seu amigo, Pedro Rocha. Na foto o homem que segurava o microfone tinha um cabelão e uma costeleta expressiva, bem diferente da cabeça rala e dos cabelos brancos de hoje. Contei que era também formado em jornalismo e ele ficou feliz. Quis comemorar, pediu uma cachaça, "Araci, porque tem nome de mulher, pô".

A minha carona chegou, me despedi rapidamente e fui embora para meu trabalho. Suas histórias e seu jeito característico, não vou esquecer, porém se acredito nelas ou não, é outra história. Telê lembrava dos acontecimentos como quem conta aquilo todo dia, para qualquer um que aceite tomar uma cerveja com ele. Sobre a agenda, não, não tinha nenhum Fágner, Belchior ou Dieguito, só nome de médicos. Mas isso pouco importa.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Um blog chamado Fernado

Coisas acontecem que nos fazem voltar ao espaço antes abandonado. Aquela lembrança particular que só quando se revira as coisas antigas aparecem. Nos fazem voltar àquele exato momento da sua história pessoal, ou um som, um cheiro que lhe lembre algo do passado. Comigo, foi mais ou menos assim. E é isso que me faz voltar a este espaço após um longo período de ausência. A vida me escolheu cronista, não tive como escapar.

As coisas aconteceram de uma maneira que merece ser contadas. Por isso volto a escrever no blog chamado Fernado Jose, não mais como um pseudônimo de um adolescente não querendo aparecer, mas agora como Danilo Rezende, jornalista e toda a pompa e responsabilidade que esse título possa dar. Porém o blog continua o mesmo nome, por que mudar?

Aqui abordarei semanalmente (assim espero e com regularidade de toda terça) aquilo que me vier a calhar. Escreverei sobre política, futebol, religião. Sobre acontecimentos pitorescos do dia a dia ou sobre a guerra na Ucrânia. Ficção e realidade. Poema e prosa.

As postagens do adolescente e seu pseudônimo, provavelmente, continuarão aqui. Assim como o layout, não deve mudar muita coisa. Porém o chato que vos escreverá agora, não deverá mais usar uma cartola.

Abraços e beijos e até semana que vem com o início da caminhada.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Mini-conto à esmo: Hester Heliza, a exterminadora de exércitos

Após vencer mais uma batalha, Hester pode finalmente matar a fome de seu amor e fez com o príncipe da Cidade das Vilas aquilo que ele fez com a bela princesa loira, roubou seu coração. Depois o comeu.

sábado, 21 de abril de 2012

Mini Conto: Galo de Briga

"Desleal" - tentou pronunciar Galo de Briga, depois do tiro. Porém a única coisa que se ouviu foi seu sangue escorrer pela boca, doce como doce.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Mini-conto à esmo: 1

- Oi gente! Oi! Nossa que legal, vocês vão me levar em casa, vocês são muito legais. Nossa, que legal! Quanto deu a conta? Quanto eu tenho que te dar? Mentira! Você não saiu de lá sem pagar! Para de brincar, quanto deu? Nada, tá bom, sei... Nossa, é a primeira vez que eu saiu sem pagar. Nossa, nunca fiz isso! Vou até falar com a minha mãe, 'saí com 20 e voltei com 20!', ela nem vai acreditar! E você ficou com aquela menina, não acredito. hahahah você ficou com ela! Nossa, só você mesmo! Hei menino de óculos, tô cansando de ouvir sua voz, você fala muito!

"Mas também né?!??!?!" pensou o menino de óculos.